Nesse último ano, eu entrei para a AIESEC. Para quem não conhece, a AIESEC é uma organização sem fins lucrativos, composta por jovens, que busca desenvolver lideranças responsáveis e empreendedoras através de intercâmbios. Esses intercâmbios da AIESEC podem ser tanto voluntários como de estágios remunerados. O intercâmbio voluntário é aquele que chamamos de "Cidadão Global".

Aqui, eu fui gerente de um dos projetos de intercâmbio voluntário da AIESEC Curitiba. Ou seja, eu trouxe intercambistas voluntários para Curitiba, dos mais diversos países do mundo, como Sérvia, Grécia, Colombia, Peru, Turquia, República Tcheca, Itália... Enfim, de vários lugares mesmo (mas sobre a minha experiência trabalhando na AIESEC posso falar melhor em outra hora).

Foi muito legal ter o contato com esses intercambistas e ver o quanto isso mudou a vida tanto deles quanto das crianças com quem eles trabalharam. Mas, agora, chegou a minha vez.

No dia 22 de janeiro de 2015, irei embarcar para a República Tcheca, para fazer o meu Cidadão Global. O meu projeto será numa cidade chamda Pilsen (ou Plzen), que fica mais ou menos a 1 hora de Praga. 

É um projeto cultural, assim, eu terei que ir em escolas tchecas para falar sobre a cultura brasileira para as crianças/adolescentes, fazer jogos com eles, workshops sobre o Brasil, preparar comidinhas da nossa cultura, entre outros. Junto comigo, irão pessoas de vários países também e o nosso objetivo é que esses estudantes tenham uma visão global do mundo, entendendo e conhecendo as mais diversas realidades.

Meu projeto começa dia 26 de janeiro e vai até 9 de março (é um intercâmbio de 6 semanas). Durante esse tempo, eu vou ter tanto acomodação quanto alimentação gratuitas, providenciadas pela AIESEC Pilsen. Assim, meu único gasto durante o projeto será com transporte, possíveis passeios/mini-viagens e se eu quiser comer alguma coisinha diferente. Meus finais de semana serão livres, então pretendo passear bastante. :} Trabalharei em uma escola diferente por semana, cada semana em uma cidadezinha diferente que fica perto de Pilsen. Minha acomodação será em casas de famílias tchecas, ou seja, pretendo conhecer bem a cultura local com eles.

Depois do Cidadão Global acabar, ficarei mais três semanas na Europa. Meu voo de Praga para Curitiba está marcado para dia 27/03, e ainda não decidi certinho o que vou fazer e que países quero conhecer nessas três semanas extras/de folga. Até o momento, estou pensando em conhecer a República Tcheca a fundo, a Hungria (Budapeste), Polônia e talvez Sérvia - mas... tudo pode mudar! 

Estou pesquisando roteiros, hostel, custos dos países e dos transportes entre eles, enfim, tudo bem certinho, uma vez que tenho um orçamento limitado de universitária/estagiária que guardou uma graninha durante o ano, hahahaha. 

Como quero guardar cada momento dessa viagem e como sei que às vezes muitas pessoas têm vontade de fazer viagens desse tipo, mas não sabem como, vou tentar compartilhar os meus passos, os preparativos para a viagem, os dias que eu passar lá, gastos, enfim, tudo o que eu conseguir, aqui. 

Estou muito empolgada e feliz com tudo isso, então espero que tudo dê certo. Torçam por mim :) 

Até o próximo post (se alguém estiver lendo hehehe)! ♥

Ps: minha amiga, Alexia, está fazendo seu Cidadão Global no Sri Lanka e posta tudo sobre a viagem aqui.

Símbolo da prostituição no Centro, Graxaim se reinventa tendo em sua direção uma mulher e dizendo não aos estigmas



Graxaim: 50 anos de tradição.



Hoje, conforme Sirlene, o ponto tem uma característica de single bar, o primeiro do gênero em Curitiba: um local no qual as pessoas vão a fim de procurar parceiros sexuais. As mulheres ficam ali, esperando possíveis “companhias”. E os homens, em sua grande parte, são simples trabalhadores: desde encanadores a professores. O bar possui apenas algumas mesas e um balcão com os mais diversos tipos de bebidas. Apesar de sua entrada misteriosa – ao lado do Cine Lido e no final de uma galeria escura, o Graxaim é, por que não, um bar simples.

A proprietária deixa claro: “Não temos quartos, não pagamos para essas meninas, nem recebemos delas. São clientes normais.” Ela salienta que as pessoas vão ao local, principalmente, para beber e escutar música. “Tem meninas que ficam uma semana vindo aqui e não conseguem nada”, relata.

Sirlene impôs severas regras ao local: “Não aceito meninas que fazem ponto na rua; drogados; menores de idade; leões de chácara. Não permito que façam ponto na minha porta. Não aceito traficantes ou drogas aqui dentro. Temos um porteiro e 17 câmeras instaladas”. Para ela, o Graxaim é o bar mais tranquilo da cidade. Sem brigas, tumulto ou falta de respeito. Para chegar a esse ponto, conta que sofreu muitas ameaças, principalmente de traficantes.

Com uma clientela diversificada – de caminhoneiros a casais - Sirlene afirma que casou muitas meninas que antes ficavam ali -, o Graxaim, para a dona, carrega nas costas todos os problemas relacionados à prostituição da região, mesmo que injustamente, devido a sua tradição e ao fato de ser conhecido no Brasil inteiro.

Com mistérios próprios, o Graxaim é um resumo da Rua Riachuelo. Em cada canto, há algo novo para ser descoberto. Na esquina do bar, tem-se o próprio estabelecimento, o cinema, uma lanchonete e a escola de Muay Thai. Ao lado, um brechó. Mais a frente, a alfaiataria. E assim segue a Riachuelo, uma rua que resume o funcionamento de uma cidade grande: diferentes tipos, cada um em seu lugar, juntos.

Texto produzido em 2013, para a disciplina de Redação Jornalística I, do curso de Jornalismo da UFPR, com orientação e revisão do professor e jornalista José Carlos Fernandes.