Minha experiência como voluntária da AIESEC em Curitiba

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Como muita gente me pergunta sobre isso - e como foi uma experiência que marcou a minha vida - hoje vou falar sobre como foi um 1 ano (2014) que passei fazendo parte da AIESEC.

Para quem não conhece, a AIESEC é uma organização mundial (a maior de estudantes), uma plataforma internacional, que visa o desenvolvimento de lideranças jovens através de programas de trabalho em equipe, liderança e intercâmbio - buscando a paz mundial. Você pode participar da AIESEC através de diversos programas, que são: Cidadão Global (Intercâmbio Social), Jovens Líderes (Liderança), Talentos Globais (Estágios Internacionais), Jovens Talentos (Experiências de Time) e Host (Hospedar um intercambista) - mas, basicamente, tudo gira em torno dos intercâmbios, seja de trabalho voluntário ou de estágio. Você pode encontrar mais informações sobre a organização aqui.



Eu NUNCA tinha ouvido falar da AIESEC antes de entrar na faculdade e fui conhecer ela lá, em 2013, através de cartazes de divulgação. Vi aqueles cartazes sobre intercâmbios e viagens e logo me chamou atenção. Em um primeiro momento, eu queria apenas fazer intercâmbio pela AIESEC (nem passou pela minha cabeça trabalhar lá!) e foi isso que me levou até o escritório da AIESEC em Curitiba pela primeira vez. 

Marquei, junto com uma amiga, uma reunião para conhecer melhor a organização, como funcionava e etc, e saímos de lá certas que queríamos fazer trabalho voluntário na Grécia nas férias de verão (2013/2014). Infelizmente, não deu certo para mim (meus pais não deixaram :() e minha amiga acabou indo para a Polônia (♥) fazer o trabalho voluntário sozinha.

Fiquei bem triste, porque eu tinha amado a organização. Mas conversei com a minha família e alinhei que iria fazer sim um intercâmbio voluntário mais pra frente, só que com mais planejamento e dindin. No meio disso tudo, vendo meu interesse pela organização, uma das meninas que era voluntária lá me chamou para fazer parte do Processo Seletivo para entrar para a AIESEC. Fiquei bastante surpresa, por nunca ter pensado na oportunidade, e lá fui eu!

Entrei oficialmente para a organização em janeiro de 2014, como membro da área de recebimento de intercambistas para trabalho voluntário (GCDPi). Isso significa que a minha área (permaneci nela durante toda minha experiência) cuidava dos projetos voluntários em Curitiba, que intercambistas vinham fazer. Desde o começo eu me apaixonei por GCDPi, porque significava, para mim, estar em contato direto com pessoas do mundo todo (e ser amiga deles!), treinar muito meu inglês e fazer parte de projetos sociais - que visam trazer melhorias para a nossa realidade local. 

Minha primeira conferência da AIESEC. Um final de semana de muitas metas, treinamento e auto-conhecimento.
Eu era membro de um projeto chamado Talk, que consiste em rodas de conversa em universidades de Curitiba com intercambistas para treinar um idioma (principalmente inglês e espanhol). O projeto era bem legal, mas fiquei lá menos de um mês, porque... fui eleita como gerente de outro projeto!

Vou explicar: na AIESEC, você sempre tem oportunidade de "subir" de cargo. Abrem muitos processos seletivos internos e você pode se postular para a posição que deseja. Assim, em um ano você pode ir de membro a vice-presidente, por exemplo. Isso trás muitos desafios, com certeza, mas é uma experiência muito positiva também. Por isso, com apenas 1 mês de AIESEC me tornei gerente do projeto Carta da Terra.

O Carta da Terra foi um projeto que me encantou desde o início - quem convivia comigo sabe o quão apaixonada eu era. A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século XXI, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica; celebrada por diversos países. 

O objetivo desse projeto era aplicar a Carta da Terra, em parceria com a organização Amana Key, em escolas brasileiras. Os intercambistas voluntários (de diferentes países do mundo) iriam receber uma formação online e, depois, seri encaminhados para diferentes escolas, onde trabalhariam com a disseminação dos princípios da Carta da Terra para crianças e adolescentes. Pelo que eu vi, o projeto - que antes era só no Brasil - está se expandindo para outros países e crescendo cada vez mais.

Assim, quando conheci, me apaixonei. Era um projeto TOTALMENTE novo, iria ser o meu legado para a AIESEC em Curitiba e para a vida daquelas crianças e intercambistas. Como gerente do Carta da Terra, eu fui responsável por:

  • Gerenciar, liderar e acompanhar um time (3 pessoas lindas, que me acompanharam nesse mega desafio) de outros voluntários da AIESEC em Curitiba;
  • Fechar parcerias com escolas na grande Curitiba para aplicar o projeto (essa parte foi super difícil);
  • Recrutar, entrevistar e selecionar intercambistas para o projeto;
  • Organizar, junto com o meu time, os intercambistas nas aulas, ajustando horários de aulas, locais, turmas e etc;
  • Receber os intercambistas e fazer reuniões de time com eles e com o meu time aqui de Curitiba;
  • Acompanhar o projeto junto com as escolas e com os participantes;
  • Fazer reunião de encerramento com os intercambistas e com as escolas.
Em resumo, o projeto foi um SUPER desafio mesmo. Contatamos muitas escolas aqui de Curitiba para conseguir parcerias, tivemos que descartar a ideia de fazer com escolas públicas devido à burocracia :(, entrevistei muitas pessoas, tive que lidar com dramas diários de "não gosto da família que está me hospedando" ou "minha dupla no projeto não me ajuda", barreiras linguísticas e muitos outros probleminhas que foram surgindo... Mas foi, no final, um SUCESSO! Viramos um exemplo do projeto no Brasil e conseguimos impactar diversas escolas e crianças.


Uma das várias reuniões com os intercambistas ♥
É claro, como falei ali, que tivemos muitos problemas também. Eu tinha muito trabalho pra fazer no projeto, muito mesmo. Na época eu fazia estágio, inglês e faculdade, além da AIESEC, tudo ao mesmo tempo, então muitas vezes eu ficava muito cansada e sem paciência para tudo aquilo, sabem? Mas quando eu via os resultados e o impacto que estávamos causando, eu me motivava e me animava. Foi por isso que fiquei o ano inteiro na organização. Mas foi por isso, também, que depois de um tempo resolvi sair...

Voltando ao Carta da Terra, encerramos o projeto muito bem (exemplo aqui) e fiz amigos do mundo inteiro. Todo trabalho, cobranças, stress, intercambista perdido no ônibus (heheheh), reuniões intermináveis com as escolas, valeu muito a pena. Foi uma experiência muito intensa, que eu não trocaria por nada. No fim, 15 intercambistas participaram do projeto (da Grécia, Turquia, Egito, Colombia, República Tcheca, Itália, Hong Kong, Equador, Sérvia, Marrocos, Porto Rico e Bélgica) e atuamos em 14 escolas, impactando mais de 2000 crianças e adolescentes! Aqui tem um resuminho de como foi bom o projeto: (esse é um vídeo que fiz de 'presente' pros meus intercambistas quando o Carta da Terra acabou)



Depois de 6 meses, o Carta da Terra acabou, e passei a ser Coordenadora de seleção e parcerias da minha área. Ou seja, eu selecionava intercambistas para os outros projetos. Essa posição também foi bem bacana, eu adorava fazer entrevistas por Skype e tudo mais, mas acabei saindo da AIESEC no meio dela. Eu andava muito estressada e sentia que não estava dando o meu melhor para o trabalho, sabem? Por isso, em novembro de 2014 saí da organização.

Minha última conferência na organização!
Mas.... minha experiência de AIESEC não parou por aí: em 2015 fiz meu intercambio voluntário para a República Tcheca e em 2016 hospedei um intercambista, fazendo parte do programa de Host.... Mas isso é assunto para outra hora!

Em resumo, minha experiência como AIESECer valeu sim muito a pena. Conheci pessoas incríveis, me desafiei, me diverti bastante (afinal, tantos jovens juntos também precisam se divertir, né), viajei com amigos, participei de treinamentos, fui a conferências, participei de um time e, principalmente, me senti parte de algo.

Ação de Dia das Crianças da AIESEC em uma ONG em Curitiba ♥
Sei que muitos ficam com um pé atrás quando um amigo entra para a AIESEC ou outro tipo de organização assim, pois começa a falar só sobre isso. Muitas vezes ficamos chatos e, sim, só falamos sobre isso. Mas acredito que isso acontece justamente sobre o que falei ali em cima: se sentir parte de algo. Isso é muito importante para todos nós, o sentimento de pertencimento, de fazer parte de um grupo - e acho que a AIESEC cumpriu isso muito bem na minha vida.

Por isso, recomendo muito que você entre para algum grupo na universidade (ou fora dela). Não precisa ser a AIESEC, pode ser um partido, Centro Acadêmico, empresa júnior, atlética, grupo de estudos, projeto de extensão, coletivo... enfim, o que for, mas, se você tiver tempo para isso, PARTICIPE. Se envolva e aproveite esse mundo de oportunidades que a faculdade abre para você. Aproveite o privilégio de não precisar trabalhar o dia todo, por exemplo, e se envolva. Pode dar preguiça, pode ser estressante às vezes... mas garanto que vai valer a pena.

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